A ergonomia assim como qualquer outra atividade no setor produtivo somente será aceita a medida que sua aplicação apresente uma relação custo/benefício favorável.
Ou seja de um lado o custo com investimentos em consultores, equipamentos projetos, queda de produtividade e de outro são computados e os benefícios como: redução de acidentes, absenteísmo, rotatividade e custos jurídicos, aumento da qualidade de produtos e processos e da produtividade.
É comum alguns trabalhos de engenharia como a cronoanálise ignorar ou chutar a fádiga do posto de trabalho ignorando condições ambientais desfavoráveis como ruídos, vibrações , gases nocivos e o excesso de temperatura, no entanto estes trabalhos conduzidos desta forma quase sempre não terminam bem, primeiro que o trabalhador exposto desta forma pode ter mais tarde vários problemas oriundos do trabalho nesta condição e o segundo a empresa sempre se frustra, a medida que tempos retirados sem levar em conta estas condições invariavelmente não são repetidos ao longo dos dias de trabalho afetando diretamente a previsibilidade ao que tange os prazos e custos estabelecidos.
O ser humano é um animal homeotérmico, sua temperatura interna é mantida quase constante, a aproximadamente 37graus e isso faz com que o corpo humano sempre esteja aquecido e pronto para a atividade, diferente dos répteis por exemplo que tem o sangue frio e dependem de temperaturas externas.
Contudo, nem todas as condições climáticas são consideradas confortáveis ou adequadas ao trabalho eficiente. A temperatura corporal interna, pode oscilar em torno de 37+/- 2 ou seja entre 35 e 39graus C. Fora desta faixa indica alguma anormalidade ou seja abaixo de 35 e acima de 42 podem tornar-se fatais . Isso é diferente da temperatura superficial da pele, que pode variar em cada parte do corpo e também sofrer variações em contato com a área externa.
Nosso corpo funciona como uma máquina térmica gerando calor constantemente pelo processo metabólico de combustão, mesmo quando estamos em repouso.
Durante o trabalho o gasto calórico é modificado e muito influenciado pela condição física do colaborador no entanto mesmo para um atleta a evaporação termina sendo o mecanismo mais importante do equilíbrio térmico e ela ocorre nos pulmões e na pele. Cabe destacar que não é propriamente a produção de suor e sim sua evaporação o que contribui para diminuir o calor e sendo assim quando o corpo apresenta gotículas de calor visíveis na pele é um sinal de desiquilíbrio ou seja o suor não está sendo evaporado em um ritmo suficiente para manter o equilíbrio térmico.
Além da temperatura as condições de umidade e circulação do ar impactarão diretamente na produtividade do trabalhador a medida que exposto a temperaturas superiores a 35graus durante vários dias gradativamente sua capacidade de produzir suor aumenta. No entanto estas condições solicitam paradas para recuperação por algum tempo o que acarretará uma perda de produção direta, quando comparado ao cronometrado
Em uma pesquisa realizada em uma mina de carvão Venon e Bedfort (1927) observaram que o tempo necessário para as pausas apresentavam um crescimento acelerado a partir de 24graus Celsios e a tendência a acidentes de trabalho também e principalmente em funcionários acima de 45 anos.
Neste estudo os resultados apresentaram uma queda no rendimento de aproximadamente 41% da produtividade dos funcionários a medida que as condições de temperatura e circulação do ar e umidade ideais não são observadas.
Podemos melhorar as condições fornecendo uniformes leves, melhorias em mecanismos de exaustão e ventilação e em alguns casos a programação de paradas regulares por exemplo para um período de hidratação semelhante aos usados no futebol atual
A busca por soluções elegantes se faz presente a todo tempo como por exemplo a mudança de turnos para horários menos quentes como entrar mais cedo e aumentar o período de almoço para que nas piores horas do dia o colaborador trabalhe menos tempo podem ser bons caminhões.
Uma coisa é certeza não olhar para isso tende a ser disparado a pior estratégia.